Tiro que matou ex-vereador perfurou coração, mas não o atingiu "pelas costas"

O tiro fatal para o ex-vereador de Anastácio, Wander Alves Meleiro, o Dinho Vital, de 40 anos, não o atingiu exatamente pelas costas, como foi interpretado em laudo do exame necroscópico anexado a investigação logo após a morte, no dia 8 de maio.

Por Expressão Naviraí em 04/06/2024 às 19:28:55

O tiro fatal para o ex-vereador de Anastácio, Wander Alves Meleiro, o Dinho Vital, de 40 anos, não o atingiu exatamente pelas costas, como foi interpretado em laudo do exame necroscópico anexado a investigação logo após a morte, no dia 8 de maio. Perícia completar, feita a pedido do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), informou que as entradas dos projéteis disparados contra a vítima foram pela lateral e frente do corpo. A reportagem apurou que o perito médico legista, Ivan de Oliveira Chaves, o mesmo que elaborou o primeiro laudo, é quem assina o novo documento. Ele descreve que um dos tiros atingiu Dinho Vital "na região posterolateral direita (de trás para frente, parcialmente lateralizado), transfixando o tórax da direita para a esquerda e saindo pela região anterolateral esquerda". Este foi o projétil responsável pela morte do ex-vereador, também descreve o médico, já que perfurou órgãos vitais, como pulmão e coração, provocando "choque hipovolêmico hemorrágico". O outro disparo entrou pela região anterolateral esquerda (de frente para traz, parcialmente lateralizado), transifxando a região abdominal (da esquerda para a direita) e saindo em região anteromedial". Outra informação importante adicionada ao inquérito foi o depoimento de uma testemunha, um ciclista que passava pela BR-262, próximo ao local onde Dinho Vital foi abordado por policiais militares à paisana. Conforme a apuração do Campo Grande News , este homem procurou a Corregedoria da Polícia Militar para contar o que viu e ouviu. Relatou que havia parado na rodovia para consertar a corrente da bicicleta quando escutou gritos: "Polícia, abaixa a arma! Larga a arma! Aqui é a polícia!". Logo em seguida, ouviu tiros e olhou, observando que homem cambaleando e apertando o abdômen. Acrescentou que não foram mais feitos disparos neste momento. O ciclista narrou ainda que tudo aconteceu em frente a um veículo preto parado às margens da rodovia – Fiat Toro de Dinho – e um carro branco que estava logo atrás. A presença da testemunha no local e horário dos fatos foi confirmada por vídeo de câmera de segurança do posto de gasolina que pertence ao ex-prefeito de Anastácio, Douglas Figueiredo (PSDB), com quem Dinho Vital havia discutido momentos antes da ocorrência. O político é investigado por envolvimento na morte do ex-vereador e foi preso pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) no dia 17 de maio. Os dois policiais militares que abordaram Dinho na rodovia também acabaram em presídio. Valdeci Alexandre da Silva Ricardo, 41, e Bruno César Malheiros dos Santos, 33, se entregaram depois de serem comunicados das ordens de prisão temporária (30 dias). Douglas foi libertado após pagar fiança e os PMs ainda estão presos. A morte - Dinho foi morto na BR-262, no fim da tarde de uma quarta-feira, logo após brigar com Douglas Figueiredo durante festa de comemoração do aniversário de 59 anos de Anastácio, em uma chácara próxima à rodovia. Segundo relataram testemunhas, o ex-vereador, aparentemente alcoolizado, discutiu com o ex-prefeito na festa. A briga começou depois que o atual prefeito, Nildo Alves (PSDB), anunciou que lançaria o tucano pré-candidato pelo partido, e foi separada por outros frequentadores. O ex-vereador foi retirado do local, mas voltou armado e fez ameaças. Foi quando os policiais decidiram abordá-lo. Testemunhas afirmam que os dois trabalham como seguranças de Douglas, mas ambos negam e alegam que estavam na festa por motivos diferentes. Valdeci explicou que foi convidado por amigo e Bruno afirmou em depoimento que estava de folga e fez parte da produção da banda contratada para animar a comemoração. O ex-prefeito também nega qualquer participação no crime. Conforme os depoimentos de Valdeci e Bruno, Dinho Vital reagiu à abordagem e por isso, eles atiraram. O advogado dos policiais, Lucas Arguelho Rocha, preferiu não comentar as novidades da investigação. "A defesa aguarda o desfecho das investigações, e não tem nada a declarar porque os autos tramitam em segredo de Justiça", informou. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .

Fonte: CGNEWS

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