Pesquisa de MS cria dispositivo para evitar incêndios em comunidades pantaneiras

Pesquisadores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), do câmpus de Corumbá, a 419 km da Capital, criaram "caixa corta-fogo" que serão utilizadas para incineração de resíduos domésticos.

Por Expressão Naviraí em 19/11/2023 às 14:20:26

Pesquisadores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), do câmpus de Corumbá, a 419 km da Capital, criaram "caixa corta-fogo" que serão utilizadas para incineração de resíduos domésticos. O objetivo é prevenir a queima desordenada no cotidiano das comunidades do Pantanal Sul, que estão enfrentando ameaças constantes de incêndios florestais. Nas últimas semanas, o Pantanal sul-mato-grossense enfrenta uma crise ambiental devido aos recentes surtos de incêndios florestais, que já ultrapassam 3 mil focos apenas nas primeiras semanas de novembro, conforme dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). A combinação de onda de calor, tempo seco e ação humana intensifica o cenário preocupante em MS. Em resposta a essa emergência, o projeto, concebido no Laboratório de Dinâmicas Espaciais do Cpan (Câmpus do Pantanal), tem como objetivo fornecer e instalar unidades de incineradores de resíduos domésticos, conhecidas como "caixas corta-fogo". A pesquisadora responsável pelo projeto, Ana Carolina Faccin, do Cpan, explica que o estudo, iniciado em 2023, visa selecionar áreas habitadas em Corumbá afetadas por incêndios florestais recorrentes. "Em resumo, a ideia é selecionar áreas habitadas afetadas por incêndios florestais recorrentes no município de Corumbá e distribuir ou construir unidades de caixas incineradoras de lixo doméstico, a fim de evitar a queima descontrolada no cotidiano dessas comunidades pantaneiras", detalha. Além dos impactos ambientais e financeiros causados pelos incêndios florestais, a pesquisadora ressalta que controlar a queimada doméstica pode ser crucial para prevenir incêndios florestais potenciais em uma região já afetada por secas históricas. Acreditamos que controlar esse tipo de queimada doméstica será benéfico para prevenir incêndios florestais potenciais em uma região que já enfrenta secas históricas na bacia do Rio Paraguai e falta generalizada de água em áreas habitadas", destaca. A professora explicou o projeto que terá mais atenção para as áreas rurais. Ana Faccin ressaltou que a caixa corta-fogo será um cubo de cerca de um metro de altura oco. O material deve ser metal resistente ao fogo. O objetivo é que moradores de assentamentos, ribeirinhos e quem vive na zona rural possa queimar o lixo em local adequado. A motivação vem para ser uma alternativa e evitar que queima local de lixo se espalhe e se torne um incêndio florestal. "Vale observar que muitos locais na zona rural não contam com recolhimento de lixo. Essa população não tem acesso à coleta regular. Assim, acabam queimando", afirma. - Projeto - A pesquisa foi contemplada com recurso estaduais da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul) específico para pesquisadoras mulheres. O prazo para conclusão é de dois anos. O projeto conta com a colaboração de outros pesquisadores, como Élvis Ramos e o professor Mateus Sampaio, ambos do Cpan, os professores Ricardo Castillo e Robson Simões, da Universidade Estadual de Campinas, Thainan Nornato, do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, e Lígia Lopes de Santana, da Fundação de Meio Ambiente de Ladário. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News .

Fonte: CGNEWS

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