Agentes sanitários fecham frigorífico e trabalhadores protestam por salários

Trabalhadores do Frigorífico Beta Alimentos LTDA, localizado na Saída para São Paulo, fizeram paralisação em frente à Iagro (Agência Estadual de Sanitária Animal e Vegetal) na manhã desta quarta-feira (29) para reivindicar a decisão do órgão de barrar o abate de animais no local.

Por Expressão Naviraí em 29/11/2023 às 11:45:26

Trabalhadores do Frigorífico Beta Alimentos LTDA, localizado na Saída para São Paulo, fizeram paralisação em frente à Iagro (Agência Estadual de Sanitária Animal e Vegetal) na manhã desta quarta-feira (29) para reivindicar a decisão do órgão de barrar o abate de animais no local. A ordem, segundo funcionários da empresa, podem deixar mais de 120 trabalhadores sem emprego. Cerca de 100 manifestantes estão no local. Agentes da Iagro teriam encontrado problemas sanitários nos estabelecimento e colaboradores estão parados desde sexta-feira(24). O Sticcg (Sindicato dos Trabalhadores da indústria de Carne e derivados de Campo Grande) se reuniu com representantes da pasta para tentar resolver a situação sanitária. À reportagem, um dos colaboradores, de 29 anos, que não quis ser identificado, explicou que a Agência embargou o frigorífico por motivos "mínimos". "Eles chegaram sem aviso prévio e barraram o abate. Estamos parados desde sexta-feira, sem trabalhar. Queremos voltar a sensação que mês que vem ficamos sem salários. São pais e mães que ficaram à mercê, sem um posicionamento". De acordo com ele, a Agência fez solicitações para a empresa que foram cumpridas em conjunto aos colaboradores. "Nos fizemos um mutirão lá, todos os trâmites, mas eles ainda não liberaram. Eram coisas mínimas, como saco de lixo do lado da lixeira, pátio com folhas entre outras coisas assim". Luiz Antônio Cavalheiro, de 45 anos disse que a Iagro não emitiu nenhum aviso prévio sobre a fiscalização tampouco deu tempo para que os reparos fossem resolvidos. "Infelizmente eles chegaram de surpresa, já foram lacrando o curral, já foram lacrando a entrada da sessão do setor de abate lá, impedindo os trabalhadores de trabalhar. Eles falaram que há problemas no curral, que viram uma não conformidade, um besouro na parede e deram. Isso não tem cabimento, qual frigorífico, ainda mais do lado de uma reserva que não vai encontrar um besouro numa parede". Cleverson Felicio Ferreira, representante do Sticcg, disse que ainda não há solução para o impasse. Na reunião, ele pediu mais prazo para que a empresa regularize o que foi solicitado, mas Iagro manterá local fechado até segunda ordem. "A empresa fala que precisa estar aberta para regularizar a situação, fechada não consegue. Viemos pedir isso, um prazo maior. Não dá pra ficar do jeito que está. A empresa está fechada, os trabalhadores com 13º para receber e nada. Saímos dessa reunião frustrados, achamos que iariamos sair com posicionamento mas nada. O representante dsa empresa terá que vir. Pra garantir o pagamento dos trabalhadores. O risco é de mais de 100 pessoas serem demitidas". Segundo Luiz Antônio, a empresa já chegou a atrasar pagamento dos funcionários, mas um dos donos garantiu que não demitirá ninguém. "Agora que com a empresa parada, infelizmente não tem recurso pra pagar a gente, com quase 200 funcionários parados, aí vai ficar difícil no final do ano. Nós já está com o salário comprometido, tem 13º, alguns aí já tem férias vencidas. A empresa falou que se eles liberarem a liminar vão pagar normalmente. O patrão falou que não vai admitir ninguém, só que vai depender também dessa liminar". Outro Lado - Cristiano Moreira de Oliveira, diretor adjunto da Iagro falou com o Campo Grande News e explicou o impasse. Esse frigorífico em questão, ele já suspendemos algumas vezes o abate. A Iagro tem que garantir que esse alimento que sai desse frigorífico tem a qualidade e que não tenha nenhum tipo de contaminação bacteriana ou qualquer problema que possa trair prejuízos para a população. Esse frigorífico já tem apresentado algumas não conformidades. Corrigem e toda vez apresenta não conformidade, a gente tem que botar um plano de ação para corrigir e esses planos de ações eles corrigem parcialmente, nunca totalmente e quando chega no ponto que a gente não consegue mais essa garantia a gente encerra, suspende o frigorífico até corrigir e não é diferente dessa situação. De acordo com ele, a empresa está usando os funcionários com a justificativa de que não poderá paga-los. "A empresa quer fazer uma pressão para funcionar e coloca os funcionários dizendo que não vai pagar o 13º e realmente eles ficam preocupados com isso e querem uma resposta a situação". O problema do fechamento seriam variados, entre eles a bomba de cloro, que não está funcionando, o que prejudica a lavagem da carne. Além disso a temperatura em que a empresa realiza os procedimentos está irregular. A ação pode contaminar o alimento. A questão sos insetos no local também foi motivo para o fechamento. "Você joga água e não elimina as bactérias, não elimina os germes que podem contaminar a carne. Se a temperatura estiver errada pode ter contaminação, as bactérias podem proliferar e prejudicar a carne, estragar a carne, então eles não estão garantindo isso. Eles [insetos] podem ter certo portador, que carrega salmonellose, várias outras bactérias e vírus". Cristiano ressalta que os sanitários dos colaboradores e esterilizadores não estão funcionando corretamente e que a câmara é fria está lotada. "Tem algumas situações que impedem a gente continuar trabalhando. Eu não posso colocar uma população em risco por conta de uma pressão, de uma pressão dos trabalhadores, infelizmente". Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News .

Fonte: CGNEWS

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