Para fugir de "inferno", moradores fizeram abaixo-assinado contra conveniência

Após publicação da matéria sobre a conveniência Pit Stop V8, veiculada no último domingo (6), mais relatos de importunação chegaram à reportagem. O local tem sido motivo de transtorno para moradores do bairro Santa Fé, que para fugir do "inferno", causado pelo problema com o estabelecimento comercial, localizado na Avenida Mato Grosso com a Travessa Zezé Flores, fizeram até abaixo-assinado para denunciar o caso ao Ministério Público. Ao todo, são 146 assinaturas coletadas. Há 44 anos no lugar, uma das participantes, que preferiu não ser identificada, ressalta ao Campo Grande News que o público age como se estivesse na praia. "Eles levam cadeira e sentam como se estivessem na orla. Começam a beber. Quando dá uma hora da manhã, começa o inferno, é fumaça, racha de carro. Eles urinam na porta das casas, transam e jogam camisinhas no chão e até defecam". Apesar da insatisfação e dos problemas gerados pelo barulho e conduta dos frequentadores, os residentes reafirmam não desejarem que o comércio feche as portas, apenas que se adéque e respeite os moradores. "A gente não tem paz. Acho que não é justo não termos o direito de dormir. Tem muitos aposentados, minha vizinha começa a tremer quando chega o final de semana. Ele trouxe para o bairro tudo o que há de pior: falta de educação. Chega carrão lá, mas um povo sem um pingo de educação". Com medo de represálias, os participantes do abaixo-assinado preferiram não ter o nome revelado. Uma outra residente, que faz parte da ação, diz que mora no local há 20 anos e que a medida foi necessária e pensada em conjunto. Ela afirma que muitos vizinhos não entraram com o nome no documento por medo. "É insustentável a situação. Ocorre muita aglomeração de pessoas e carros, som alto, gritaria. O documento já foi apresentado para o Ministério Público, que vai tomar as devidas providências". O proprietário da conveniência, Mateus Gomes, 24 anos, reafirmou já estar ciente do caso e chegou a falar com alguns moradores da região. "Não compactuo também com o consumo de bebida alcoólica no local até porque eu moro em frente e acaba me incomodando também, porém agora contratamos uma empresa de segurança privada somente para fazer o cuidado desse consumo no local e caso o cliente que persistir com a insistência do consumo, acionaremos o 190 para fazer um patrulhamento no local para dispersar esses (ALGUNS) clientes que acabam perturbando os moradores do local". Ele ressalta que foram tomadas essas medidas para melhor convívio de todos na região. "O intuito da nossa empresa é atender o sistema drive-thru como foi planejado, que é o sistema pegue e leve, que a pessoa entra com o seu veículo, pega sua bebida e vai embora. Desde já estamos à disposição dos moradores para qualquer problema que ainda persista derivados da situação da loja que possamos resolver juntos", finaliza. Alvará - Questionada sobre a concessão do alvará à conveniência em março deste ano, a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) explicou que o estabelecimento solicitou autorização para funcionamento e se está funcionando é porque segue as regras para a atividade. Ela acrescenta que caso haja alguma irregularidade, o local será notificado. "Quanto à questão das Conveniências, são estabelecimentos classificados como comércio varejista de mercadorias e não de serviço, ou seja, de consumação no local, assim não é prevista a consumação no local. Para a solicitação de Alvará de Localização e Funcionamento em horário especial, o solicitante deverá entrar com processo junto à Semadur e atender os requisitos dispostos no Decreto n. 12.165/13". A secretaria disse ainda que as denúncias devem ser formalizadas por meio da Central de Atendimento, 156, para que seja encaminhada fiscalização no local para vistoriar a documentação. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News .