Licitação será para parte da obra, mas prefeita quer terminar todo Belas Artes

A "interminável" obra do Centro de Belas Artes, iniciada há 33 anos no Bairro Cabreúva, deve ter uma parte reformada por meio de licitação prevista para este mês, mas a Prefeitura de Campo Grande busca recurso para finalizar todo o local. Com pouco dinheiro, em 2021 a gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD) decidiu concluir uma parte para instalação de um complexo de sedes administrativas ou parcerias com a iniciativa privada para que o espaço virasse um centro de eventos culturais. A empresa escolhida abandonou a obra com o aumento dos preços dos insumos devido a pandemia de covid-19. Em dezembro de 2023, o titular da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), Ednei Marcelo Miglioli, anunciou nova licitação para janeiro, mas esticou a previsão em um mês. Apesar de prever a concorrência para escolher uma nova empresa para tocar 4,3 mil metros quadrados, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), quer retomar o plano de terminar todo o prédio . "O intuito é conseguir recursos para terminar toda a obra. Esse é o maior desafio. O Belas Artes tem sua finalidade há muitos anos. Nossa intenção é terminar todas as obras que estão paralisadas na cidade. Nesse curto espaço de tempo que estou como gestora da cidade, nós já retornamos várias obras que estavam paradas há mais de 15 anos", disse a prefeita na manhã deste sábado (3), durante vistoria a obra de asfalto no Bairro Pioneiros. Adriane afirma que para lançar novas obras, quer terminar as que já estão em execução na cidade e lembra de muitas que já foram retomadas, a maioria de urgência porque é para prestar serviços básicos à população, como as das Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil), paralisadas há mais de dez anos. De 13, 11 obras já foram retomadas. História - A obra da rodoviária foi iniciada em 1991 e está parada desde 1994. A prefeitura recebeu a obra do Governo do Estado em 2006, quando decidiu que lá seria o Centro Municipal de Belas Artes. A estrutura já tinha 15 anos de existência. O projeto arquitetônico moderno com 15 mil metros quadrados seria executado por partes. A primeira etapa foi em 2008, a partir de contrato de mais de R$ 6 milhões com a Mark Engenharia. Em 2013, com 80% executado, a empresa não concluiu a obra por atraso nos pagamentos das medições realizadas e a gestão da época decidiu paralisar a obra. Lá se foram quatro anos de depredação e degradação natural do tempo. A empresa entrou na Justiça cobrando os pagamentos. Em 2017, a gestão atual fez acordo com o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) para continuar a obra. Nova licitação foi realizada em 2019 e em 2020, a empresa foi contratada. Em maio de 2020, a Justiça suspendeu a obra em função da perícia a ser realizada para descobrir o que o município ainda devia à empresa que começou a obra. Então, a empresa licitada desistiu do contrato em função da defasagem dos valores da proposta.