Prefeitura recusa ajuda do governo e famílias do Mandela vão pagar por casas

Após o Governo de Mato Grosso do Sul anunciar a construção de casas para moradores da Favela do Mandela em conjunto com o Município, a Prefeitura de Campo Grande recusou a ajuda em forma de ofício.

Por Expressão Naviraí em 15/12/2023 às 18:17:23

Após o Governo de Mato Grosso do Sul anunciar a construção de casas para moradores da Favela do Mandela em conjunto com o Município, a Prefeitura de Campo Grande recusou a ajuda em forma de ofício. O documento com data de três dias atrás foi assinado pela diretora-presidente da Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários, Maria Helena Bughi. "A excelentíssima senhora prefeita municipal informou que fará o repasse de valores de recursos municipais necessários para a construção das unidades para atender a comunidade Mandela em sua totalidade. Diante disso, manifestamos nossa gratidão à oferta realizada por esta Agehab, porém no presente momento, não haverá necessidade de continuidade dos trâmites da parceria", diz o ofício. O Governo do Estado já havia até encaminhado Projeto de Lei aprovado pela Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) isentando o pagamento por parte dos moradores do Mandela nas casas destinadas às famílias que perderam quase tudo em um incêndio no mês passado. O dinheiro para a construção de 88 casas sem custos aos moradores viria de uma emenda parlamentar da senadora Soraya Thronicke (Podemos) no valor de R$ 9 milhões. A diretora-presidente da Agehab, Maria do Carmo Avesani Lopez, confirmou a vinda do recurso para os cofres do governo. "Vamos dar total atenção e agilidade porque sabemos da necessidade das famílias", afirmou à imprensa no dia 5 deste mês. Ainda segundo divulgado anteriormente pelo Governo do Estado, a Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários) seria responsável pela construção de outras 100 residências, além de doar terreno para que as unidades habitacionais fossem construídas. No entanto, nesta quinta-feira (14), via assessoria de imprensa, a prefeitura informou que nenhuma parceria chegou a ser formalizada e "o município segue dando encaminhamento à construção de todas as 187 casas necessárias para atender a comunidade a um custo de R$ 15 milhões, onde cada família pagará R$ 185 ao mês dentro de um prazo de 30 anos". Em nota, a senadora Soraya questiona: "O que não foi informado é que isso poderá gerar custos aos moradores, uma vez que minha proposta e do Governo de MS era ajudar na construção desse bairro urbanizado justamente para que as residências não tenham qualquer custo para as famílias". O comunicado complementa dizendo que com a dispensa feita pela Prefeitura, o valor da emenda deve ser investido a outra comunidade que também necessite. "Inclusive, o Governo de MS já está realizando estudos para verificar em qual local aplicar o dinheiro", finaliza a nota. "Se a prefeita não quer, outro município que quer. É um direito dela não aceitar", disse o governador Eduardo Riedel durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (15) sobre o primeiro ano de gestão. E complementou dizendo que "se o Estado, em qualquer momento, for chamado a participar disso, já tem a legislação". Distribuição de lotes - Nesta sexta-feira (15), a Prefeitura publicou no Diário Oficial o resultado de sorteio para a destinação de lotes para as famílias da Comunidade Mandela, confirmando os bairros que já tinham sido informados. A prefeitura vai remover as famílias para o Talismã, Iguatemi 1 e 2 e José Tavares. Este bairro vai receber o primeiro grupo, formado por parte dos moradores dos barracos atingidos por incêndio no mês passado. Para o José Tavares, constam 44 nomes; no Talismã, são 32 lotes e no Iguatemi são 74 nomes. A reportagem encaminhou e-mail para a prefeitura sobre o fato de a dispensa de ajuda representar custos para as famílias, mas até agora não houve retorno. O espaço segue aberto.

Fonte: CGNEWS

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