Nova fronteira agrícola em Barra, poderá potencializar agronegócio baiano

Distante aproximadamente 340 km do polo do agronegócio do Oeste Baiano (Luis Eduardo Magalhães e Barreiras), a região do município de Barra, começa a ser vista como a nova fronteira agrícola com capacidade agroindustrial e bioenergética no Médio São Francisco.

Por Expressão Naviraí em 27/12/2023 às 16:51:22

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Distante aproximadamente 340 km do polo do agronegócio do Oeste Baiano (Luis Eduardo Magalhães e Barreiras), a região do município de Barra, começa a ser vista como a nova fronteira agrícola com capacidade agroindustrial e bioenergética no Médio São Francisco.

Seria a nova “terra prometida”, da Bahia? O território tem atraído produtores que estão apostando no potencial produtivo do local. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são 11.428 mi km².

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De acordo com autoridades da Bahia e agricultores locais, os rios que cortam o Oeste da Bahia, são um dos motivos para a região de Barra receber o título de nova fronteira agrícola.

Capacidade hídrica

Com 580 km de extensão, o Rio Grande, por exemplo, é um dos mais importantes cursos de água do Oeste.

Ele nasce na Serra Geral em São Desidério, corta a cidade de Barreiras e é em Barra encontra um dos maiores rios do Brasil, o Rio São Francisco.

Assessor técnico da Secretaria de Agricultura da Bahia (Seagri), Carlito Souza Nunes, explica os fatores positivos.

“Nós temos na região banhada lá pelo Rio São Francisco e o Rio Grande, eles se encontram justamente na cidade de Barra e se potencializa. Os solos são de excelente qualidade e o preço de terras da Bahia ainda é relativamente baixo em relação aos outros estados do país. E tem um outro fator muito importante que contribui para isso, que são as condições climáticas da região", conta.

Nova fronteira agrícola em Barra, no oeste da Bahia, rio São Francisco, Rio Grande — Arte: Flávio Contrucci/Canal Rural

O empresário português, José Coimeiro, visitou a região em 2014 e a partir de 2016, junto com o sócio, começou a produção de grãos e confinamento de gado em uma área de 2,5 mil hectares.

Atualmente possui cerca de 4 mil cabeças de gado, além de produzir de milho, ele conta que foi um dos primeiros a investir na região.

“Eu era na altura vice-presidente da câmara portuguesa de comércio na Bahia, tinha digamos, a responsabilidade dentro da câmara portuguesa, de apresentar aos investidores portugueses, oportunidades de negócio na Bahia”, disse.

Cacau e banana são as culturas produzidas em 300 hectares pelo presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Barra.

Marco Caviola também investiu em 10 hectares de uva. O parreiral está pronto para receber as mudas, no entanto, ele explica que um dos desafios é encontrar mão de obra qualificada.

Tem muita coisa legal que está ocorrendo lá, assim como as pessoas, né, estão, apoiando muito, e o próprio sindicato agora já começa também uma coisa importante que eu ia citar, que é a formação de mão de obra, né? Por ser uma região nova, mão de obra é essencial e a mão de obra lá não tem essa experiência”, conta.

Entraves

Além da necessidade de mão de obra qualificada, outras condições locais são o déficit energético e o escoamento da produção agrícola.

Quem apostou nessa região agora espera a construção de ferrovias e rodovias. Carlito Souza Nunes explica que já foi construída uma ponte sobre o Rio São Francisco em Barra e que implementado uma rodovia que margeia o rio até Bom Jesus da Lapa (BA), e que haverá integração com a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol).

O sistema ferroviário da Fiol passa nas proximidades onde existirá um ramal para interligar com a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). A FCA vai escoar essas produções todas para o Porto de Aratu em Salvador."
Carlito Souza Nunes, assessor técnico da Seagri

O empresário José Coimeiro acredita que a região tem grande potencial de crescimento e cita possíveis avanços sociais para a população local com o crescimento econômico e concretização da fronteira agrícola.

“É um espaço de grande capacidade produtiva, de geração de riqueza e sobretudo de mudança da vida das pessoas daquela região, que tem uma vida sofrida e não precisam de ter", conclui.