Em teleconferência de resultados relativos ao quarto trimestre e a todo o ano de 2023, o acionista controlador e presidente do Conselho de Administração da Marfrig, Marcos Molina, afirmou que a oferta de gado deve seguir "saudável" no Brasil em 2025.
Segundo ele, hoje o Brasil possui o preço de gado mais baixo do mundo e isso vai ao encontro da estratégia da Marfrig de ampliar a aquisição de gado próprio, o que traria maior tranquilidade aos abates, maior ocupação de fábrica e ganho de produtividade.
“Os preços do bezerro no primeiro trimestre tem gerado ao redor de R$ 1.600 e se observa um volume recorde na oferta de vacas para abate”, avalia.
Para 2026, o controlador da Marfrig entende que o ciclo de gado deve ser mais desafiador, o que poderá fomentar altas no preço da arroba.
“Ampliando os abates próprios, estamos nos preparando para enfrentar um período futuro em que haverá uma queda na oferta de boi”, sinaliza.
A Marfrig informou que, por meio da evolução das operações continuadas, pretende ampliar a capacidade de abate de bovinos em sua operação na América do Sul tanto em 2024, quanto em 2025, por meio de suas plantas e complexos industriais no Brasil, Argentina e Uruguai.
De acordo com o CEO da Operação América do Sul da empresa, Rui Mendonça Júnior, a capacidade de abate, que chegou a 5.100 cabeças/dia no ano passado, deve chegar a 7.600 em 2024 e em 8.400 cabeças/dia em 2025.
Já a capacidade de desossa, que chegou a 6 mil animais equivalente/dia em 2023, deverá avançar para 9.700 cabeças equivalente/dia em 2024 e 11.900 cabeças equivalente/dia em 2025.
Para chegar a esses números, Marcos Molina destaca que a empresa pretende investir em um modelo de integração de abate, aplicando recursos entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões, a depender do preço de gado no mercado, para ampliar gradativamente a capacidade de fornecimento de gado próprio para abate.
Ele afirma que hoje cerca de 10% dos abates realizados pela Marfrig são de gado próprio, e a ideia é de que esse volume chegue a 25%. Esse processo de integração possibilitará à Marfrig operar com uma capacidade de abate de mais de 90%, acima do percentual registrado em 2023, afirma.
Molina detalha que parte desse investimento a ser realizado pela Marfrig será compensado durante o ano pelos valores de capital de giro advindos da venda de ativos para a Minerva Foods, estimados entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões.
O diretor de Sustentabilidade da Marfrig, Paulo Pianez, destacou que a empresa conseguiu avançar em seus objetivos relacionados à rastreabilidade bovina. Em 2025, a Marfrig pretende contar com 100% dos fornecedores de gado diretos e indiretos rastreados em todos os biomas do Brasil.
Ainda segundo Pianez, a empresa conta hoje com 100% dos fornecedores diretos de gado monitorados por satélite. O monitoramento via satélite chegou a 73% de todos os fornecedores indiretos no quarto trimestre do ano passado, atingindo 85% na Amazônia e a 73% no Cerrado.
Fonte: Canal RURAL