BC diz que 'incertezas' impedem projetar corte de juro em junho e indica que pode adotar 'ritmo mais lento' de reduções no futuro

O Banco Central informou nesta terça-feira (26) que, com "incertezas do cenário" sobre a inflação nos próximos meses, julgou-se apropriado ter "maior flexibilidade" na política de juros e, por isso, evitou projetar um corte de juros em junho deste ano.

Por Expressão Naviraí em 26/03/2024 às 08:29:25
O Banco Central informou nesta terça-feira (26) que, com "incertezas do cenário" sobre a inflação nos próximos meses, julgou-se apropriado ter "maior flexibilidade" na política de juros e, por isso, evitou projetar um corte de juros em junho deste ano.

A informação consta na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, colegiado que reúne diretores e o presidente da autarquia. O encontro, realizado na semana passada, culminou na sexta redução seguida da taxa Selic, para 10,75% ao ano, a menor em dois anos.

No comunicado divulgado logo após a reunião, na última semana, o BC já havia informado sobre a possibilidade de uma redução de "mesma magnitude" (0,5 ponto percentual) "na próxima reunião", marcada para maio.

Nas reuniões anteriores do Copom, a instituição vinha indicando cortes de juros do mesmo tamanho (0,5 ponto percentual) "nas próximas reuniões" -- referindo-se às próximas duas reuniões do colegiado.

Ritmo mais lento de corte dos juros

Na ata do Copom, divulgada nesta terça-feira, o Banco Central foi mais adiante. Esclareceu que as "atualizações dos conjuntos de dados analisados serão particularmente importantes para definir o ritmo e a taxa terminal de juros".

"Alguns membros argumentaram ainda que, se a incerteza prospectiva permanecer elevada no futuro, um ritmo mais lento de distensão monetária [de corte dos juros] pode revelar-se apropriado, para qualquer taxa terminal que se deseje atingir", acrescentou o BC, na ata do Copom.

Com isso, o BC, além indicou que vai avaliar o cenário para a inflação a partir da reunião de junho e, que se julgar necessário, pode reduzir o ritmo de corte da taxa Selic.

Ao invés de 0,5 ponto percentual, pode optar por uma diminuição de 0,25 ponto percentual a partir de junho.

A decisão, porém, será tomada somente na reunião do Copom.

Nada impede que o BC mude a sinalização na reunião do mês de maio, o próximo encontro.

A projeção do mercado financeiro, colhida na semana passada em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras, é de que a taxa Selic termine 2024 em 9% ao ano.

Até o momento, os economistas dos bancos vêm projetando reduções de 0,5 ponto percentual na taxa básica em maio, junho e julho, para 10,25%, 9,75% e 9,25% ao ano respectivamente. Com as indicações do BC, essas projeções do mercado podem ser alteradas.

Fonte: G1

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